Jogo: Evoland

Talvez a descoberta mais legal que eu fiz nos últimos dias. Sem saber nada sobre o jogo, muito menos de sua existência, encontrei essa pérola entre os títulos disponíveis no site gog.com.


Evoland é humilde, curto e bastante divertido e, principalmente, com um conceito único. Apesar do jogo estar repleto de referências e até "homenagens" a outros jogos do estilo, talvez o maior charme seja exatamente isso. Talvez a melhor definição para Evoland é: Um jogo sobre a história dos jogos.

Primeiro que o jogo mostra que foi feito de um fã para outros fãs, pois as referências à Zelda, Final Fantasy 7 e 8, entre outros clássicos, é muito grande. Começando logo pelo nome do protagonista, Clink (Cloud + Link).

Mas antes de pular para a história, acho que devo começar pelo destaque que mais me chamou a atenção enquanto jogava: os gráficos!

Logo de início, ao começar a aventura, você se depara com um jogo que parece ter saído direto de um Game Boy do inicio dos anos 90. Afinal, o jogo é quase que monocromático e você é limitado apenas a uma direção. Porém o jogo vai te ensinando aos poucos como evoluir seu personagem e o jogo em si!

Tela inicial do jogo. Aqui é onde você começa a aventura.
Primeiro você anda para a direita, até chegar a um baú. Os baús aqui são o seu objetivo, pois através deles você consegue desbloquear novas funções ou melhorias do jogo. O primeiro que você pega permite que você ande para a direita e esquerda. O próximo habilita os gráficos 2d. Em seguida você vai explorando o mapa e evoluindo o jogo aos poucos, como adicionando 16 cores, depois 64, habilita os efeitos sonoros, faz os monstros aparecerem no mapa e, finalmente, pega uma espada.

A partir daí as referências a outros jogos só aumenta. Ao adquirir uma espada o jogo se torna incrivelmente similar aos primeiros Zelda e a jogos antigos de console. A jogabilidade é simples, você se move para os lados e para cima e baixo, enquanto vai cutucando os monstros com a espada nessa direção. Aos poucos você desbloqueia mais funções do jogo, como save points, música de fundo e, finalmente, a história! Até então você era simplesmente um garoto perdido na floresta sem propósito e nome. Nome, que aliás, você ainda não tem e só conseguirá ao desbloquear essa função com um baú mais para frente!

Durante sua jornada, você encontra uma cidade vazia... até desbloquear os NPCs e o gráfico de SNES!
O que é legal aqui é que mesmo sendo muito simples e com jogabilidade básica você acaba se divertindo. A vontade é de explorar mais e ver até onde os gráficos melhoram ou qual vai ser a próxima referência que você conhece.

E aqui os desenvolvedores conseguiram explorar bem as peculiaridades dos jogos antigos do gênero. Desde andar pelo mapa do mundo na melhor vibe de um Final Fantasy ou Chrono Trigger, até mesmo às trilhas sonoras típicas de jogos da Square. Esse é um detalhe legal, pois a música muda de acordo com a evolução do jogo. De início, você tem trilhas em 8-bit como música de fundo. Ao evoluir, digamos que para um jogo na pegada dos JRPGs de SNES, a música já adquire uma sonoridade equivalente. No final, quando você já evoluiu seus gráficos para o 3d, a música se torna orquestrada.



Talvez um defeito do jogo é ser muito curto. É possível zerar a história em menos de 5 horas de jogo. Os desenvolvedores até criaram algumas formas de fazer com que o jogador gaste mais tempo no jogo, como o mini-game de cartas (praticamente uma cópia do mesmo mini-game do Final Fantasy 8) e coleta de estrelas (que são 30 no total) para quem é do tipo "completador", que não consegue zerar um jogo sem fazer 100% dele.



O jogo também peca pelo enredo simples, curto e extremamente clichê, o que não é novidade nos jogos do gênero. Porém acho que esse é um detalhe totalmente perdoável, já que talvez o foco não seja muito a história, mas a jornada em si e a evolução. 



Não pude deixar de rir quando obtive a "lendária espada" de Claud, ou quando falei com uma NPC em uma cidade e ela me manda a frase "I used to be an adventurer like you, until I took an arrow in the...". Também teve a vez em que fui até as Ruínas de Sarudnahk e descobri que o nome é Khanduras ao contrário, uma região do mundo de Diablo, quando conheci a segunda protagonista da história, Kaeris (lembra bastante Aeris/Aerith de FF7, não?), e o grande inimigo e boss do jogo, Zephyros (Sephiroth?). As referências estão em todos os lugares, o que torna o jogo muito mais divertido para quem consegue sacá-las.

Outro detalhe aqui são os combates. Ao caminhar pelo mundo, para ir até uma caverna ou cidade, você acaba entrando em conflitos aleatórios com criaturas do mundo. E é claro que não podiam deixar de usar o estilo Final Fantasy da coisa. E, ainda, os monstros são BASTANTE familiares!



Ah! Também não posso esquecer de mencionar que Evoland na verdade começou como um jogo criado em um concurso de desenvolvedores indie. Nesse concurso, os devs teriam que criar um jogo sobre um tema específico em nada menos que 48 horas! Evoland ficou em primeiro, com uma versão para browser com a mesma pegada. É possível jogar essa versão no site oficial!


Realmente foi uma surpresa muito agradável conhecer este jogo. Vou passar a acompanhar mais os desenvolvimentos da desenvolvedora, que atualmente já está trabalhando na continuação! Obviamente que mal posso esperar para jogar essa continuação, que aparenta melhorar bastante!



Abaixo colocarei os links para quem se interessar em saber mais :)

Steam - http://store.steampowered.com/app/233470/
GoG - http://www.gog.com/gamecard/evoland
Site oficial - http://evoland.shirogames.com/
Evoland 2 - http://www.evoland2.com/

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