Mangá - Green Blood

Green Blood é, talvez, uma das melhores adaptações do final da era "bang-bang" dos Estados Unidos. Com um enrelo muito similar ao filme "Gangues de Nova York", onde o conflito entre gangues de imigrantes e criminosos lutavam para dominar a cidade, Green Blood se passa no mesmo lugar e narra bem a época e o conflito desses grupos.




O primeiro volume foi lançado na Comic Con Experience em 2014, e por sorte eu estava lá para adquirir minha cópia! Confesso que fui levado a comprar pela capa e pelo tema, já que eu não havia ouvido falar da série antes de ver a primeira edição no evento. Eu ainda não conhecia nenhum mangá que se passava nessa época, então arrisquei ao comprar e não me arrependi!

A história se passa em 1865 e gira em torno de dois irmãos, Luke e Brad Burns, tentando sobreviver em Nova York. Luke é o irmão mais novo e também é correto e honesto. Ele trabalha todos os dias para prover o sustento dele e de seu irmão e também para cumprir uma promessa que eles fizeram: comprar um terreno e viver honestamente em algum canto do país, longe da cidade. 

Porém, Luke não sabe do segredo de Brad, que engana seu irmão mais novo diariamente fingindo que está procurando emprego e se faz de preguiçoso e desleixado. Mas na verdade ele não precisa de emprego, afinal, ele é o principal matador de aluguel da gangue Grave Digger! Apelidado de "Ceifador", ou Grim Reaper no original, Brad segue as ordens da gangue para eliminar todo e qualquer empecilho que atrapalhe suas operações, agindo com maestria e frieza. Sua habilidade com a pistola e sua velocidade são excepcionais, o que faz com que todos tenham medo dele.Foi assim que a fama do "Ceifador da Grave Digger" surgiu. E com ela a inveja de outros membros da gangue, como por exemplo o filho arrogante do líder, Kip, talvez o primeiro vilão da série.


No decorrer da trama nós passamos a conhecer mais sobre o passado dos irmãos e de alguns membros de gangues importantes. Brad apenas está nesse ramo para que ele consiga informações o suficiente para ir atrás de seu pai, quem ele culpa por estar nessa situação e por ter abandonado sua família. Porém seu pai não é um Zé-Ninguém, mas sim um dos fundadores da Grave Digger e um criminoso procurado por todo o país! Enquanto isso, ele protege seu irmão mais novo indiretamente e tentando esconder sua verdadeira face. Luke já é contra as gangues e faz de tudo para não se envolver com elas, mas alguns eventos fazem com que ele veja como é a verdadeira realidade e a relação das gangues com as pessoas ao seu redor, botando sua bondade e vida em risco.


O que mais chama a atenção em Green Blood não é apenas a trama ou o ambiente, mas sim os traços de Masasumi Kakizaki que são extremamente detalhados e muito estilizados. Além de manter bastante realismo em seu desenho, Kakizaki não economiza em termos de sangue e violência, o que eram muito comuns na época. Bandidos armados assaltando pessoas em becos, conflitos entre facções de bandidos a qualquer momento, brigas de salão e até mesmo a guerra contra os índios norte-americanos. Toda essa violência ajuda a dar um drama na série que faz com que você se envolva com os personagens, além de simpatizar com Luke e sua justiça benevolente, ou os reais motivos de Brad e sua sede de vingança.

Talvez um dos poucos pontos negativos que tenho para a série é o fato de ser bem curta. São apenas
cinco volumes que você lê e se interessa mais e mais pela história, que é cheia de reviravoltas e momentos de tensão. Mas infelizmente tudo acaba no quinto volume que finaliza muitissimo bem a história e não deixa pontos sem nó.

Definitivamente uma série que vale a pena conhecer. Com certeza vou atrás de mais obras de Kakizaki pois seu traço e sua narrativa são impecáveis. Sei que ele também escreveu o mangá de terror Hideout lançado pela Panini no Brasil, mas este eu deixo para outro post :)




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