Quadrinho - The Graveyard Book

Esta é mais uma adaptação de P. Craig Russell de mais uma obra de Neil Gaiman. Digo "mais uma" pois a dupla já trabalharam juntos algumas outras vezes, como em "Coraline", "Elric - Stormbringer", "Sandman - Os Caçadores de Sonhos", etc. E aqui temos a adaptação do livro infanto-juvenil, "The Graveyard Book", ou conhecido também como "O Livro do Cemitério", em português.


A versão em quadrinhos foi lançada em 2014, sendo que o livro saiu em 2008. E aqui temos não apenas Russell, mas também outros artistas como Kevin Nowlan, Galen Showman, Jill Thompson, Tony Harris, Scott Hampton, Stephen B. Scott e David Lafuente. Sim! Toda essa galera ajudou Russell nas ilustrações durante toda a história. Alguns traços são mais marcantes e distintos, porém todos tentam mostrar de forma mais realista a obra de Gaiman.

Aqui temos uma história de mistério em que uma família é assassinada por um homem desconhecido. Ele invade a casa e corta a garganta de cada um, pai, mãe e filha. Ao se dirigir para sua última vítima, um bebê, ele descobre que o berço está vazio. A criança não foi escondida ou algo assim. Este bebê na verdade sempre foi de andar e fugir de seu berço, porém dessa vez ele teve a bendita sorte de sair e evitar que o assassino de sua família o encontrasse. E sua sorte só aumenta quando ele chega em um cemitério antigo e abandonado. 

Como estamos falando de Neil Gaiman, sabemos que algo de sobrenatural vai aparecer, e é isso que acontece, pois o bebê é adotado por um casal de fantasmas que nunca tiveram a chance de ter um filho enquanto vivos, então percebem que este bebê precisaria de ajuda quando os fantasmas dos seus pais recém-assassinados aparecem e pedem por ajuda. Porém seu perseguidor ainda está atrás dele e está prestes a se deparar com ele quando o responsável pelo cemitério, Silas, um alto e pálido vampiro convence o homem a se retirar e que não há bebê nenhum no cemitério.


É então que o destino de Nobody Owens é selado. Sim, este é o nome que o casal de fantasmas deu ao bebê, que agora é o filho adotivo deles e tem como guardião o vampiro Silas, afinal ao chegar ao cemitério ele era um "ninguém". E é no cemitério e na companhia de fantasmas que Nobody cresce e é instruído. Ele não aprende apenas a falar e escrever, mas também a se tornar como um deles. Os fantasmas são antigos, já que o cemitério está abandonado e é mais considerado um parque do que um lugar para enterrar os mortos.

A história é bastante envolvente e divertida. Aqui você acompanha todo o desenvolvimento de Bod (apelido de NoBODy) e sua relação com diferentes fantasmas. Ele também interage bastante com Silas, seu guardião vampiro que se ausenta com frequência para lidar com assuntos misteriosos. Apesar de ser bastante intimidador, Silas não é como o clichê de vampiros que conhecemos. Ele cuida de Bod e se preocupa com seu bem-estar. É ele quem vai atrás de comida e roupas para o menino e também o responsável por sua educação.

No desenrolar da história Bod conhece outras pessoas e fantasmas. Ele está protegido enquanto estiver dentro dos limites do cemitério, o que faz com que ele tenha muita curiosidade sobre o que existe além desses limites. Aos poucos ele vai tendo contato com pessoas de fora, chegando até a fazer amizade com uma menina que estava visitando o cemitério junto de seus pais. É divertido imaginar como seria uma vida assim, sendo criado por fantasmas em um cemitério sem nunca ter conhecido o medo por essas coisas como todos nós. Talvez esse seja o grande charme da obra, pois você se coloca no lugar de Bod e pensa como seria assustador ou não as experiências que ele vive.

Tive a sorte de encontrar os dois volumes da série com um belo desconto na Amazon.com.br. Como já faz um tempo que venho acompanhando as obras de P. Craig Russell, eu não tive como não dar uma olhada nessa adaptação. Sem contar que os dois volumes são extremamente bonitos, com um bom acabamento e com folhas de altíssima qualidade. 

Para qualquer fã de Neil Gaiman e P. Craig Russell, "The Graveyard Book" é com certeza uma excelente adição a sua coleção. Seja pela arte ou pelo roteiro, você vai se divertir lendo e acompanhando a vida de Nobody Owens que, apesar de ter um inicio trágico, acaba sendo bastante divertida e exploradora

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