RPGs - Escapismo da melhor forma


Uma coisa que vocês notarão nesse blog é que eu gosto muito de jogos no estilo RPG. O que para alguns pode ser massante ou tedioso devido a grande quantidade de textos, missões e alta demanda de tempo, para mim é exatamente o que diz o título desse post, uma forma de escapismo.

O que mais me atrai nesse estilo é o fato de que se a história do jogo for bem contada, você consegue fugir da realidade de verdade, e passa a dedicar horas em alguma jornada que vai desde o clichê, como resgatar princesas e derrotar algum vilão, até jornadas mais complexas e introspectivas, como treinar para se tornar o uma representação viva de virtudes e sabedoria.

Times of Lore

Ultima IV (NES)

Vejo jogos de RPG como um livro, só que você controla o personagem principal, as vezes assumindo o papel dele, ou as vezes sendo você mesmo em um mundo de escolhas. Mas isso falando de forma bem genérica, afinal dependendo do jogo e da época que ele foi lançado, você terá certas facilidades e opções que outrora não eram possíveis. Por exemplo, os jogos mais recentes já estão avançados a um ponto que em alguns casos você consegue modificá-lo o suficiente para que os gráficos sejam ultra realistas. São tantas formas de customizar que você consegue se criar dentro do jogo e vivenciar a história de forma muito mais imersiva. Já nos jogos antigos, lá pra antes dos anos 90, podemos dizer que a placa de vídeo da época era nossa própria imaginação, o que faz com que os RPGs dessa época sejam mais semelhantes a livros de histórias.

E o fato de certas limitações técnicas em jogos antigos tornarem os gráficos e jogabilidades mais cruas ou fracas em comparação com os jogos atuais é exatamente o que me chama a atenção. Pense comigo, se um jogo do começo dos anos 90 tentava contar uma história através de gráficos pixelados, em uma resolução equivalente ao da tela do seu smart watch, e mesmo assim consegue te prender por horas e horas, para mim isso é mais do que um sucesso, afinal o importante não são os gráficos em alguns casos, e sim a história, os personagens, o ambiente. E essa é a melhor prova de que você não define a qualidade de um jogo só pela quantidade de polígonos que o personagem tem na cara. Claro, gráficos 3D são muito legais e boa parte dos meus jogos favoritos são mais atuais, porém o charme de um jogo pixelado com certas limitações mas um ótimo enredo acabam sendo mais atrativos para mim.

Ultima 1 em toda sua glória


Skyrim com mods e gráficos ultra realistas em 4K

E é por isso que eu tenho tanta fascinação por jogos de eras passadas. Consoles são fantásticos para introduzir certos jogos à grande massa, afinal você precisa que todos os comandos caibam em um joystick com poucos botões. Jogos de PC tem a facilidade do teclado e mouse, que ajudam a adicionar variedade de comandos e movimentação, mas se você faz um jogo para NES, por exemplo, deve limitar toda a jogabilidade a 5 botões. Isso complica as coisas? Talvez. Mas mesmo assim grandes clássicos e outras pérolas mais obscuras foram criadas e talvez esquecidas pelo tempo. 

Um detalhe importante é que apesar do gênero de fantasia medieval ser o mais comum entre os RPGs, o estilo em si não é limitado apenas a esse gênero. Temos ótimos exemplos de RPGs que seguiram por outros caminhos, como Earthbound que se passa nos dias atuais, Mass Effect no futuro, e por aí vai. São muitas formas de contar histórias fantásticas que não precisam ser apenas composta por espadas e dragões. 

Mass Effect e sua customização de habilidades e atributos do personagem

Então  sabendo de tudo isso, de como os RPGs podem ser ótimos livros de histórias e mesmo com suas limitações técnicas conseguem te prender e entreter, eu comecei minha caçada pelas melhores histórias já contadas em fitas, cartuchos e outros formatos hoje já considerados arcaicos pelos padrões modernos mas que nunca tiveram o prestígio ou o reconhecimento por terem sido limitadas a regiões específicas, ou estavam muito a frente do seu tempo. 

Pretendo começar essa semana falando de alguns RPGs que descobri recentemente e outros que marcaram tanto minha infância quanto minha vida adulta. Então fique ligado, pois em breve mais artigos serão postados :)  

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